O glúten está na moda e, quando falamos de patologias associadas ao glúten, logo pensamos na doença celíaca, mas além dela, existem também a alergia ao trigo e a sensibilidade ao glúten não celíaca.
A doença celíaca é uma patologia de natureza autoimune, causada pela exposição ao glúten, que desencadeia um processo inflamatório nas paredes internas do intestino delgado. Segundo estatísticas internacionais pode acometer de 0.5 a 1% da população, sabemos que os povos com genética oriunda do norte da Europa tem maior incidência.
Já a alergia ao trigo refere-se a um quadro de hiper sensibilização à proteína do trigo, gerando um processo alérgico que pode ocasionar ocorrências cutâneas, gastrointestinais e no sistema respiratório. Normalmente, acomete mais fortemente o público infantil, com baixa prevalência na adolescência e vida adulta.
Por sua vez, a sensibilidade ao glúten não celíaca é caracterizada pela manifestação de sintomas intestinais ou extra intestinais, que ocorrem após a ingestão de glúten, nos casos onde o diagnóstico de doença celíaca e alergia ao trigo já foram descartados.
Basicamente, o tratamento das 3 patologias descritas envolve a restrição do consumo de glúten na dieta, mas o manejo nutricional varia de acordo com as particularidades de cada uma.
Na doença celíaca, até o momento, a única possibilidade de manejo decorre de um plano alimentar com total restrição do glúten, de modo permanente e definitivo.
Como alternativa, pode-se recorrer a produtos à base de arroz, milho, batata, soja, quinoa e outras opções isentas de glúten.
É muito importante atentar-se aos rótulos dos alimentos e preparo das refeições do paciente celíaco, que deve ser individualizado a fim de evitar possíveis contaminações.
Além disso, é necessário atenção especial na adequação de macro e micronutrientes, pois pode haver tendência de consumo excessivo de gordura devido à restrição de fontes de carboidrato, além de prejuízos na aquisição de vitaminas e minerais.
Na alergia ao trigo, somente é necessário a exclusão do componente em questão, o que permite um repertório alimentar mais amplo.
Nos casos de sensibilidade ao glúten não celíaca, ainda não existe um protocolo de tratamento bem definido. Indica-se a restrição do consumo de glúten, porém, não se sabe se está conduta deve ser mantida de modo definitivo.