Dentre as inúmeras fake news sobre saúde e alimentação que circulam nas redes sociais, uma das que tem chamado muito a atenção do público é a famosa água alcalina, ou seja, com o ph (potencial hidrogeniônico) maior do que 7.
A promessa seria de que a ingestão dessa água com ph mais básico poderia ajudar a reduzir os radicais livres do organismo, colaborando na prevenção de doenças e atuando contra o envelhecimento.
O fato é que o que determina a acidez do nosso sangue não é o alimento ou líquido que ingerimos, mas sim um fino mecanismo fisiológico, mediado especialmente pelos nossos pulmões e rins.
Ainda nesse sentido, mesmo que alguém venha a consumir a água alcalina, ao chegar no estômago, esse ph se torna ácido naturalmente, devido a presença de ácido clorídrico, que faz parte do suco gástrico responsável pela digestão.
Além disso, o controle da produção e neutralização de radicais livres deve-se ao sistema antioxidante do próprio organismo humano, além do auxilio de nutrientes que possuem essa atividade, como vitaminas e minerais.
Outro ponto é a diferença entre água natural e com gás, na verdade, a verdadeira diferença esta na quantidade de mínerais, como sódio, cálcio, magnésio e potássio.
Sabemos que quanto menos sódio melhor. No mercado encontramos águas com a participação de sódio a 1mg/litro até 38mg/ litro.
A diferença na gaseificação é uma peculiaridade de sabor e sensação gustativa, por exemplo, os idosos preferem águas com maior sensação gustativa e rotineiramente mais salgadas, claramente devido a redução dos sentidos. O que sabemos é que gastrites e esofagites pioram com uso de alimentos gaseificados.
A alimentação balancada, que priorize a ingestão de alimentos in natura e pouco processados, sem exagero no consumo de açúcar, sal e gorduras, é o que colabora para reduzir condições que propiciem o processo de inflamação e estresse oxidativo, bem como, melhor controle da hipertensão.