Na época do império romano, a fermentação do suco de uva, que faz parte do processo de produção do vinho, rotineiramente utilizava ânforas de barro, as famosas "talhas".
Nesses recipientes, o suco de uva armazenado por meses e até anos, adquiria um sabor ácido, muito alcoólico, com muitos resíduos na superfície.
O consumo local ou o comércio em toda a europa era facilitado pelo transporte dessas talhas em grandes carroças.
Alguns estudos relatam a grande concentração de antioxidantes como os fitosteróis e o famoso resveratrol, na atualidade associados à redução da doença cardiovascular e do envelhecimento.
Hoje em dia encontramos essa técnica de produção na região do alentejo (Portugal) e na Geórgia (leste europeu).
Após desengaçadas e esmagadas, as uvas são colocadas em ânforas de barro (de 550 e 960 litros) para início da fermentação, que acontece de maneira espontânea, conduzida por leveduras.
O método ancestral de elaborar vinhos em ânfora na Geórgia, que data de cerca de 8.000 anos, é conhecido como “Qvevri”. Em 2013, foi declarado pela Unesco como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. Pelo processo “Qvevri”, as uvas são fermentadas em grandes ânforas de terracota enterradas no solo, junto com as cascas e os engaços.
O processo de produção resulta em um vinho mais oxigenado e com menor extração, mais leve, suave e frutado. Muito gastronômico, harmoniza com cozidos, de carne ou bacalhau acebolado com pimentões, queijos e embutidos no geral.
Hoje, os vinhos de ânfora estão em alta no mercado, uma das categorias, o vinho laranja (frescor agradável, pouco tanino e alcool médio), é usualmente encontrado em diversas ocasiões.
Os vinhos dessas regiões, artesanais e muito peculiares, são comercializados engarrafados, e não são apropriados para guarda.
Vale a pena provar.
dicas: Cartuxa, Esporão, Pera Manca, Rustaveli, Rkastsiteli, Mtsvane