Distúrbios da tireóide são subestimados e podem matar
Por: Dr. Abrão José Cury Jr, presidente da Regional da Sociedade Brasileira de Clínica Médica, médico assistente da Universidade de São Paulo e cardiologista do Hospital do Coração.
Os distúrbios da Tireóide - Câncer, Hipotireoidismo e Hipertireoidismo - são pouco valorizados por pacientes e médicos e, muitas vezes, seus sintomas são confundidos com os de outras doenças. Porém, quando não tratados, podem gerar problemas ainda mais graves e levar à morte.
Os sintomas do Hipertireoidismo podem ser alterações emocionais, como agitação, insônia, falta de apetite e emagrecimento. No idoso, pode provocar importante descompensação cardíaca, chegando à Insuficiência - último estágio das doenças do coração. O Hipotireoidismo leva ao enfraquecimento físico e mental, gerando lentidão de comportamento, sonolência e quadro depressivo. A redução do metabolismo pode levar ao coma e à morte.
A glândula Tireóide fica na região do pescoço, é responsável pelo equilíbrio do metabolismo humano e seus distúrbios podem surgir na infância. Em geral, não há como preveni-los e podem ser confundidos com outras doenças. Diante disso, o importante é passar periodicamente pela avaliação do médico.
O diagnóstico é simples. O médico deve pedir exames laboratoriais, apalpar a Tireóide para detectar alterações e confirmar qualquer suspeita com a ultra-sonografia. Nos exames, é necessário dosar o TSH, estimulante da Tireóide fabricado pela Hipófise, glândula que fica no cérebro, e o hormônio T4, produzido pela própria Tireóide.
O tratamento também é simples. No Hipotireoidismo, o paciente toma remédios que compensam a falta de hormônios. No Hipertireoidismo, toma medicamentos que bloqueiam a produção excessiva de hormônios e alguns casos podem ser tratados com cirurgia. No caso de câncer da Tireóide, o diagnóstico precoce permite que o tratamento tenha total sucesso.