O envelhecimento populacional é uma realidade no cenário mundial, sendo considerado um dos fenômenos mais significativos no século 21.
Atualmente no Brasil, cerca de 9,83% da população corresponde a pessoas idosas, conforme dados do IBGE.
Devido ao aumento da expectativa de vida, podemos observar neste público predomínio de doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes, câncer e doenças cardiovasculares. Do mesmo modo, problemas como a desnutrição ainda são persistentes, refletindo em maior suscetibilidade a infecções, aumento da incapacidade funcional e consequentemente, aumento da mortalidade.
Com a atual pandemia do coronavírus, mais uma preocupação vem à tona: um dos principais grupos de risco do Covid-19 é a população idosa.
Fora os fatores acima citados, o declínio do sistema imune associado à idade é um importante aspecto a ser levado em consideração.
A imunossenescência afeta uma cascata de mecanismos de defesa do nosso organismo,
prejudicando principalmente a resposta adaptativa, responsável pela produção de anticorpos e memória imunológica. Além disso, a menor responsividade a vacinas e o estado de inflamação crônica de baixo grau no envelhecimento, interferem negativamente na manutenção de uma boa imunidade.
Nesse sentido, a combinação de todos estes elementos faz dessa população mais suscetível à infecção e complicações pela Covid-19.
De acordo com levantamentos recentes sobre o perfil da doença, a taxa de letalidade em indivíduos com mais de 60 anos é significativamente maior do que em pacientes com menos de 60 anos de idade.
Por isso, embora sejam necessários cuidados com toda a população, os idosos configuram um grupo de risco importante, que deve ser preservado ao máximo.
As orientações mais objetivas indicam: aumento do consumo de proteínas (carnes de forma geral e leguminosas), aumento do consumo de leite e derivados e ovos. A necessidade de níveis adequados de vitaminas e minerais pede uma ingestão aumentada de frutas variadas.
Algumas vezes indicamos, de acordo com os exames de laboratório, suplementação de vitamina D e Zinco.
Neste momento, vale ressaltar a relevância do isolamento social para a contenção da disseminação do vírus, além dos devidos cuidados de higiene, tão fundamentais na atual situação.