A dieta cetogênica é utilizada desde a década de 1920 para tratar casos de epilepsia que são resistentes ao tratamento medicamentoso. Cerca de 10% dos pacientes podem ficar livres de crises, e até 40% pode ter uma redução de até 50%. Além da melhoria na quantidade de crises, outra possibilidade trazida pela dieta cetogênica é a redução do uso de medicamentos antiepilépticos. Com a menor quantidade de crises e de fármacos, há a consequente melhoria da qualidade de vida e também do desenvolvimento neuropsicomotor de crianças.
Essa dieta se caracteriza por ser adequada em proteínas, baixa em carboidratos e com altas quantidades de gordura, e tem o objetivo de imitar no organismo os efeitos do jejum, onde há a produção de corpos cetônicos que serão utilizados como principal fonte de energia do cérebro.
A maior parte dos estudos utiliza a proporção gordura:carboidrato em 3:1 ou 4:1 (3 ou 4 gramas de gordura para cada 1 grama de carboidrato). O uso de triglicerídeos de cadeia média (TCM) é uma alternativa que permite a inclusão de uma quantidade um pouco maior de proteínas e carboidratos, uma vez que o TCM oferece mais cetonas por caloria do que os triglicerídeos de cadeia longa.
A administração da dieta cetogênica deve ser orientada e acompanhada periodicamente por um profissional capacitado, uma vez que há a possibilidade de ocorrência de efeitos adversos como hiperlipidemia, alterações gastrointestinais, deficiência de vitaminas, minerais e também de crescimento em crianças.
A dieta cetogênica (dieta da proteína e outros nomes correlatos), para a redução do pêso, tem muitas restrições, mas a maior delas, é o retorno da obesidade no médio a longo prazo. A utilização desse tipo de dieta como ferramenta no controle da obesidade é ineficaz, se contrapoe ao convivio social e a hábitos culturais de alimentação.