As publicações enfáticas e midiáticas em alimentação e nutrição, muitas vezes carecem de reais observações a luz de critérios científicos mais aprofundados.
Segundo o cientista, Ioannidis, pesquisador da universidade de Stanford, há mais de 250 mil alimentos que podem ser diariamente consumidos em milhões de combinações diferentes, a partir de preparações culinárias diversas, resultando em respostas biológicas praticamente imprevisíveis.
Segundo Ioannidis, as conclusões desses estudos devem-se, antes de tudo, a uma falha de análise e interpretação.
Mas esse "detalhe" é frequentemente ignorado por pesquisadores que, a partir da avaliação da diversificada e complexa da dieta das populações, elegem um único alimento (ex. bacon) ou, ainda pior, um de seus nutrientes (ex.: colesterol) como capaz de modular o risco de doenças ou morte.
Na grande maioria dos estudos populacionais, a natureza associativa prepondera. E a associação entre duas variáveis não necessariamente implica em definir causalidade entre elas.
Alguns estudos clássicos californianos das décadas de 1960 a 1980 atribuíram ao consumo de tomates, legumes, grãos, alimentos integrais, etc a maior longevidade de fiéis adventistas comparados a não religiosos. E nesse grupo estava a tão famosa soja!!
Porém, as pesquisas também revelaram que essa população, em média, bebe e fuma menos, pratica mais atividade física e apresenta menores taxas de obesidade. Certamente, o conjunto desses fatores que compõem o estilo de vida —e não o consumo de um alimento pontual— explica muito melhor por que adventistas tendem a viver por mais tempo.
Em estudos nutricionais e comportamentais de observação, os tais fatores de confusão são difíceis, se não impossíveis, de serem controlados, quase sempre gerando resultados exagerados ou ambíguos, o que só faz confundir a população.
Contudo, é importante salientar que achados científicos em alimentação não são intercambiáveis entre populações, inclusive observando as profundas particularidades culturais ao redor do planeta.
fontes:
Dr Daniel Magnoni
Dr. Bruno Gualano (USP)
Segundo Ioannidis, as conclusões desses estudos devem-se, antes de tudo, a uma falha de análise e interpretação.
Mas esse "detalhe" é frequentemente ignorado por pesquisadores que, a partir da avaliação da diversificada e complexa da dieta das populações, elegem um único alimento (ex. bacon) ou, ainda pior, um de seus nutrientes (ex.: colesterol) como capaz de modular o risco de doenças ou morte.
Na grande maioria dos estudos populacionais, a natureza associativa prepondera. E a associação entre duas variáveis não necessariamente implica em definir causalidade entre elas.
Alguns estudos clássicos californianos das décadas de 1960 a 1980 atribuíram ao consumo de tomates, legumes, grãos, alimentos integrais, etc a maior longevidade de fiéis adventistas comparados a não religiosos. E nesse grupo estava a tão famosa soja!!
Porém, as pesquisas também revelaram que essa população, em média, bebe e fuma menos, pratica mais atividade física e apresenta menores taxas de obesidade. Certamente, o conjunto desses fatores que compõem o estilo de vida —e não o consumo de um alimento pontual— explica muito melhor por que adventistas tendem a viver por mais tempo.
Em estudos nutricionais e comportamentais de observação, os tais fatores de confusão são difíceis, se não impossíveis, de serem controlados, quase sempre gerando resultados exagerados ou ambíguos, o que só faz confundir a população.
Contudo, é importante salientar que achados científicos em alimentação não são intercambiáveis entre populações, inclusive observando as profundas particularidades culturais ao redor do planeta.
fontes:
Dr Daniel Magnoni
Dr. Bruno Gualano (USP)