A chamada “doença gordurosa do fígado”, também conhecida como esteatose hepática não alcoólica (ou nonalcoholic steatohepatitis – NASH), constitui-se atualmente em um dos maiores desafios enfrentados pela medicina. Passou de uma curiosidade médica, no início dos anos 80, para uma situação clínica de grande relevância nos dias atuais. É a alteração no fígado mais freqüente em todo o mundo, com repercussão tanto em crianças como em adultos. Nos EUA, onde a população engordou muito, é conhecida como fatty liver (fígado gorduroso), estando presente em 20% da população geral e em até 40% das pessoas a partir de 50 anos quando se avaliam pacientes obesos ou diabéticos. É potencialmente reversível, se suas causas forem diagnosticadas e corrigidas. Por outro lado, se progredir e se associar a um grau de inflamação, leva à cirrose em 15 a 20% dos casos e, ao longo dos anos, pode até causar câncer do fígado.