Embora grande parte das pessoas não conheça essa denominação, o grupo de vegetais crucíferos, também chamados de brássicas, são compostos por hortaliças muito comuns no nosso dia-a-dia, como o brócolis, repolho, couve-flor, agrião, couve, couve de Bruxelas, nabo e rabanete, dentre outras variedades.
Esta classe de vegetais tem sido muito estudada em razão de um composto denominado isotiacianato. A partir de resultados obtidos em estudos feitos em animais, verificou-se que, por meio de diversos mecanismos celulares refinados, este fitoquímico é capaz de exercer um potente efeito antioxidante e anti-inflamatório.
Ainda nesse sentido, o consumo destas substâncias por meio da alimentação tem sugerido eficácia na redução na incidência de alguns tipos de câncer e prevenção de doenças cardiovasculares.
Entretanto, não existem evidências robustas desses desfechos em humanos, isto é, a literatura carece de ensaios clínicos randomizados, realizados com amostras populacionais significativas e acompanhados por um longo período de tempo, que comprovem tais benefícios.
O que existe, até o momento, são alguns estudos de coorte, feitos principalmente na população oriental, que dão origem a hipóteses promissoras a respeito deste componente na saúde humana.
Por exemplo, um estudo de coorte avaliou a ingestão alimentar habitual dos últimos 12 meses em cerca de mil mulheres chinesas, com foco principalmente no consumo de vegetais crucíferos. Como resultado, observou-se que as mulheres que consumiam níveis mais altos destes vegetais apresentaram menores concentrações sanguíneas de alguns marcadores inflamatórios, sendo que esta associação não foi constatada com o consumo de vegetais não crucíferos.
De qualquer modo, vale incluir estes vegetais na alimentação. Ainda que este benefício em si ainda não esteja claramente elucidado na literatura, já é bem estabelecido que o maior consumo de frutas, verduras e legumes, aliado a um estilo de vida saudável, é fator protetor para diversas doenças, bem como maior bem-estar e longevidade.