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Noz moscada...desde os descobrimentos um mistério

Noz moscada...sem mistérios

 

Aromática, versátil e com sabor inigualável. Características que fazem da noz-moscada (Myristica fragrans) uma especiaria amplamente utilizada em diversos países. Oriunda da Indonésia, essa especiaria proveniente de uma árvore chamada Moscadeira, era considerada de grande valia e utilizada na antiguidade como moeda de troca, dotes, além de ter a função de curar aproximadamente 140 doenças, como por exemplo, a peste negra. 1,2.

Além de ser utilizada na gastronomia, em diversas preparações, a noz- moscada também é empregada como ingrediente na indústria alimentícia, farmacêutica e cosmética. As principais funções da noz moscada na produção de alimentos são de conferir sabores agradáveis a alimentos, e também mascarar sabores e aromas desagradáveis dos alimentos industrializados. Os principais componentes da noz-moscada são: o borneol, geraniol, linalol, terpineol, eugenol, além de uma notável quantidade de gorduras, em especial a miristicina, que em sua hidrólise gera ácido mistiríco – gordura comumente utilizada como substituta da manteiga de cacau. 3.

O óleo extraído da noz-moscada possui uma notável propriedade antioxidante, antinflamatória, antifúngica e afrodisíaca, sendo que esta última propriedade ainda não é bem esclarecida. Estudos recentes e de grande relevância mostram que a noz moscada também desempenha atividade antiangiogênica, ou seja, impede a proliferação descoordenada de novos vasos sanguíneos. Outros achados indicam que o uso do extrato de noz- moscada, além de amenizar os sintomas da artrite reumatoide devido ao seu potencial antioxidante também impede o desgaste articular ocasionado pela doença. 4,5

Entretanto, o consumo excessivo desta especiaria, mais especificamente acima de 5 gramas, pode causar efeitos alucinógenos visuais e auditivos. Outros efeitos colaterais provenientes do uso de altas doses são: taquicardia, boca seca, danos ao fígado, náuseas e vômitos. A substância responsável por esses efeitos é a miristicina, que em seu metabolismo gera compostos anfetaminicos, causadores de dependência química. 6,7.

Autora: Nutr. Luiza Maria Pinheiro Cipriano

1  ALMEIDA, Danielle Sanches; ABDALLA, Frederico Tavares de Mello. Um reino em movimento: o impacto da circulação de plantas no mundo imperia. História Unisinos,Rio de Janeiro, v. 18, n. 1, p.183-187, abr. 2014

2  SILVA, Fabio Eduardo da. A Química e as Especiairias. 2011. 96 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Licenciatura em Química, Universidade de Brasilia, Florianopolis, 2011

3 OLIVEIRA, Águida Aparecida de. Óleos Essenciais e Extratos Vegetais de Plantas Cultivadas no Brasil: Impacto no Crescimento de Aspergillus ochraceus e Aspergillus carbonarius. 2010. 47 f. Monografia (Especialização) - Curso de Veterinária, Departamento de Instituto de VeterinÁria, Ufrrj, Rio de Janeiro, 2010.

4. PIARU, Suthagar Pillai et al. Antioxidant and antiangiogenic activities of the essential oils of Myristica fragrans and Morinda citrifolia. Asian Pacific Journal Of Tropical Medicine. Malásia, p. 294-298. Abr 2012.

5. NAJAFZADEH, Hossein et al. Comparing the Effect of Myristica fragrans and Flunixin on Adjuvant-Induced Arthritis in Rat. Zahedan Journal Of Research In Medical Sciences. Irã, p. 33-36. Dez.2012.

6. AL-RAWI, Sawsan S. et al. The effect of supercritical fluid extraction parameters on the nutmeg oil extraction and its cytotoxic and antiangiogenic properties. Procedia Food Science. Malásia, p. 1946-1952.Mai 2012.

7. GHOSH,A;GHOSH,T. Herbal drugs of abuse. Syst.Rev.Pharm.India,p.141-145

 

 

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