Nos lactentes não amamentados ao seio, utilizando fórmulas com base na proteína do leite de vaca, pode ocorrer alergia tanto à caseína quanto às outras proteínas do soro do leite, incluindo a alfa-lactoalbumina, a albumina e a lactoferrina. A alergia à proteína láctea beta-lactoglobulina é a mais freqüente nestas crianças.
Alergia ao leite de vaca é definida como uma reação de hipersensibilidade, ocasionando uma resposta imune às suas proteínas. As manifestações clínicas são classificadas em imediatas ou tardias, envolvendo órgãos ou tecidos como a pele e os tratos gastrintestinal e respiratório (Quadro 1).16
Quadro 1- Sinais e sintomas de crianças com suspeita de alergia ao leite de vaca 27, 19
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vômitos e/ou diarréia, fezes com sangue, constipação,
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cólicas, distensão abdominal, refluxo gastroesofágico·
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eczema, urticária, rinite, asma· falha no crescimento, irritabilidade
Diagnóstico clínico: é feito em crianças que manifestam reações alérgicas imediatamente após a ingestão de pequenas quantidades de leite, podendo ser difícil nos casos com reações tardias.
Dado de importância na anamnese é a história familiar de atopia e/ou alergia alimentar. Este é um dos mais importantes fatores de risco para alergia ao leite de vaca, sendo um alerta ou indicador de risco para adoção de medidas preventivas para a manutenção e incentivo da alimentação ao seio, especialmente durante o 1o ano de vida.
Os sintomas e sinais clínicos mais comuns consistem na diarréia e/ou vômitos, cólicas intensas, distensão abdominal, eczema e outros sinais de atopia cutâneos. Sinais de maior gravidade incluem fezes com sangue, manifestações respiratórias com crises de sibilância e em alguns casos, menos comuns, reações do tipo anafilático. A falta de ganho ponderal é freqüente, muitas vezes associada aos vômitos e diarréia .