A disfagia pode ser subdiagnosticada no ambiente hospitalar
No diagnóstico da disfagia, o fonoaudiólogo faz uso de técnicas para realizar uma avaliação clínica estrutural e funcional. Sempre que necessário, são requisitados exames de imagem como a fluoroscopia (padrão ouro no diagnóstico); entretanto, sua realização nem sempre é possível. Estudos indicam que a incidência de disfagia em indivíduos hospitalizados é comumente diagnosticada em números abaixo do esperado. Esses mesmos estudos, porém, relatam a existência de um grande número de pacientes com presença de sintomas característicos de disfagia como, por exemplo, engasgo, tosse, recusa alimentar e inapetência. Dessa forma, acredita-se que a disfagia está subdiagnosticada nesses pacientes, sendo que sua incidência é mais elevada, principalmente devido à alta prevalência de doenças neurológicas, que tem a disfagia como sintoma paralelo. Uma maneira de reduzirmos esta discrepância no diagnóstico é utilizarmos ferramentas que auxiliem na triagem dos pacientes em risco para disfagia, como o EAT-10, um questionário simples que fornece informações sobre funcionalidade, impacto funcional e sintomas físicos que a dificuldade de deglutição traz para a vida do paciente.
Referência:
Nogueira SCJ, Carvalho APC, Melo CB, et al. Perfil de pacientes em uso de via alternativa de alimentação internados em um hospital geral. Rev. CEFAC. 2013; 15(1): 94-104.
I Consenso Brasileiro de Nutrição e Disfagia em Idosos hospitalizados. Barueri, SP: Minha Editora, 2011.
Gonçalves MIR, Remaili CB, Behlau M. Equivalência cultural da versão brasileira do Eating Assessment Tool – EAT-10. CoDAS 2013;25(6):601-4.