Suplemento proteíco na nutrição preventiva – Necessidades nutricionais

Para determinarmos as necessidades protéicas devemos avaliar a ingestão tanto de proteínas quanto à quantidade de cada aminoácido naquela proteína. Uma alternativa para estudo das necessidades de proteínas e a técnica do balanço nitrogenado. A determinação das necessidades de proteínas deve considerar tanto a quantidade de nitrogênio oriundo de aminoácidos quanto à qualidade de tais proteína. (5)

RECOMENDAÇÕES:

As recomendações nutricionais de proteínas são baseadas nas recomendações da Recommended Daily Allowance (RDA – 1989) (16) de 0,8 grama de proteína por quilo de peso corporal, sendo o consumo diário recomendado. Pode-se utilizar também a recomendação por faixa etária ou estado fisiológico, como gestantes e lactantes (RDI – Dietary Reference Intakes, 2002). (17)

Tabela 6 – Recomendação nutricional de proteínas

Faixa Etária /

Estado Fisiológico

Ingestão Adequada

(Gramas/dia) a

Ingestão Aceitável

(AMDR) b

Bebês

 

 

0 – 6 meses

9,1

ND c

7 – 12 meses

13,5

ND

Crianças

 

 

1 – 3 anos

13

5 – 20

4 – 8 anos

19

10 – 30

Homens

 

 

9 – 13 anos

34

10 – 30

14 – 18 anos

52

10 – 30

19 – 30 anos

56

10 – 35

31 – 50 anos

56

10 – 35

50 – 70 anos

56

10 – 35

> 70 anos

56

10 – 35

Mulheres 

 

 

9 – 13 anos

34

10 – 30

14 – 18 anos

46

10 – 30

19 – 30 anos

46

10 – 35

31 – 50 anos

46

10 – 35

50 – 70 anos

46

10 – 35

> 70 anos

46

10 – 35

Gestantes

 

 

< = 18 anos

71

10 – 35

19 – 30 anos

71

10 – 35

31 – 50 anos

71

10 – 35

Lactação

 

 

< = 18 anos

71

10 – 35

19 – 30 anos

71

10 – 35

31 – 50 anos

71

10 – 35

www.nap.edu

a Baseado em 1,5g/kfg/dia para bebês, 1,1g/kg/dia para 1 a 3 anos, 0,95 g/kg/dia para 4 a 13 anos, 0,85 g/kg/dia para 14 a 18 anos, 0,8g/kg/dia para adultos, 1,1g/kg/dia para gestantes (utilizando peso pré-gestacional) e mulheres em fase de lactação.

b AMDR esta associada à redução do risco de doenças crônico degenerativas provinda da ingestão de nutrientes essenciais. Caso os indivíduos consumam em excesso a quantia sugerida poderá potencializar o risco cardiovascular e uma insuficiente quantia de nutrientes essenciais.

c ND – não determinado

O consumo de proteínas acima das recomendações e um achado freqüente na alimentação do brasileiro. (10) Como precaução, a RDA (16) aconselha que a ingestão protéica máxima não seja superior ao dobro das recomendações.

A Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição – SBAN (18) considera que e prudente limitar a oferta de proteínas de origem animal para 30-35% da ingestão total de proteínas (exceto para crianças menores de um ano), levando em conta o conteúdo de ácidos graxos saturados presentes nesses alimentos e seu efeito aterogênico.

Tabela 7 – Proporção de energia proveniente das proteínas da dieta

Características do Grupo

Proporção de energia proveniente das proteínas da dieta

FAO/OMS (1985) a

10-15%

Preconizado pela SBAN (1990) b

8-10%

Populações que vivem em condições adversas (SBAN) c

10-12%

Idosos co ingestão energética reduzida (SBAN,1990) d

12-14%

Cuppari L. Nutrição: nutrição clinica no adulto. Barueri: Manole; 2002.

a)  Observação da FAO/OMS (1985) para a maioria das dietas habituais.

b) Crianças e adultos sadios que ingerem dietas com boa qualidade protéica e adequação energética.

c) Populações que consomem pequenas quantidades de proteínas de origem animal e vivem em condições adversas.

d) Idosos com ingestão energética reduzida por inatividade ou debilidade.

Tem sido utilizado a recomendação da FAO/OMS (1985) (15) para proporção de energia proveniente das proteínas. Em relação às recomendações de aminoácidos essenciais (SBAN 1990), (18) recomenda-se ainda que 10-20% de proteína de origem animal da quantidade total de proteínas da dieta, visando à melhoria do perfil aminoacídico e a melhor biodisponibilidade de minerais. E importante lembrar que a alimentação básica do brasileiro composta por arroz/feijão apresenta perfil aminoacídico bastante adequado e próximo do aconselhado, uma vez que os aminoácidos limitantes dos cereais e das leguminosas se complementam na dieta. (10)

Tabela 8 – Estimativas dos aminoácidos presentes na alimentação habitual do brasileiro (mg/kg/dia)

Aminoácidos

Arroz + Feijão

Fenilalanina + Tirosina

66

Histidina

32

Isoleucina

29

Leucina

59

Lisina

58

Metionina + Cistina

29

Treonina

33

Triptofano

9

Valina

36

Baseado no SBAN 1990, citado por Cuppari L. nutrição: nutrição clinica no adulto. Barueri: Manole; 2002.

As recomendações nutricionais de aminoácidos essenciais estão citadas abaixo.

Tabela 9 – Recomendações diárias de aminoácidos essenciais

Aminoácido

(mg/g de proteína).

Lactentes

Pré-escolares

Adultos

Histidina

26

19

16

Isoleucina

46

28

13

Leucina

93

66

19

Lisina

66

58

16

Metionina + cistina

42

25

17

Fenilalanina+tirosina

72

63

19

Treonina

43

34

9

Triptofano

17

11

5

Valina

55

35

13

Conforme FAO/WHO, 1991. É necessário assinalar que existem ressalvas, por vários autores, de que essas recomendações podem estar subestimadas em pré-escolares e adultos.