Introdução:
A desnutrição entre os pacientes hospitalizados conduz ao aumento do tempo de internação, prolonga a recuperação, diminui a qualidade de vida, aumenta os custos hospitalares e onera o sistema de saúde.
Desnutrição Hospitalar no Brasil (1):
– Estudo IBRANUTRI: 4000 pacientes, 12 estados e distrito federal, 23 hospitais (SUS), período de 10/05/96 a 15/11/96
– Na análise dos prontuários observou-se 81,2% sem referencias do estado nutricional
– Setenta e cinco por cento (75%) dos prontuários que não possuiam os pesos anotados havia uma balança a menos de 50 metros do posto de enfermagem.
– Anotações em prontuário:15.1% peso habitual , 20.3% altura ,14.6% peso à admissão, 14.3% peso atual
– 12.6% desnutrição grave, 35.5% desnutrição moderada, 51.9% não desnutridos
– 48,1% desnutrição hospitalar
Prevalência de risco nutricional em pacientes hospitalizados na Dinamarca (2):
– Quarenta por cento (40%) dos pacientes hospitalizados nos serviços de medicina interna, gastroenterologia e ortopedia apresentam risco nutricional no momento da internação hospitalar.
– Somente 7,6% das histórias clínicas contem informações sobre risco nutricional.
– Somente em 14,2% dos pacientes identificados em risco nutricional houve uma elaboração de plano terapêutico nutricional.
Recomendações do conselho europeu aos governos, autoridades de saúde e hospitais (3):
1) É necessário o desenvolvimento de normatizações e rotinas para o monitoramento nutricional após a internação e durante a permanência hospitalar
2) A definição de desnutrição, relacionada com a enfermidade deverá ser universalmente aceita e utilizada como um diagnóstico clínico passível de tratamento.
3) Após a identificação de um paciente em risco nutricional deverá ser elaborado um plano de tratamento nutricional para aplicação durante a internação hospitalar
4) As ferramentas de avaliação de risco nutricional devem ser baseadas em evidencias clínicas, segundo a Sociedade Européia de Nutrição Parenteral e Enteral ( ESPEN) (3)
5) O processo diagnóstico deve ser rápido, simples e executado por qualquer membro das equipes multidisciplinares em Terapia Nutricional.
6) As informações resultantes das ferramentas de diagnóstico do risco nutricional devem ter alta confiabilidade, serem práticas e sem conterem informações redundantes
Resultante da aplicação das recomendações:
1- Melhora dos serviços hospitalares, diminuição das taxas de complicações, menor tempo de hospitalização e menor custo das internações
2- Diminuir os riscos inerentes à internação hospitalar e fomentar a preocupação com o diagnóstico nutricional entre os profissionais de saúde.
Referencias Bibliográficas:
1) Waitzberg D. et al, RBNC, 1999 vol. 14, número 2: 124-134
2) Rasmussen H.H., Kondrup J., Staun M., Clin Nutrition, 2004; 23, 1009-1015
3) Kondrup J., Clin. Nutrition, 2004; 23, 135-137
4) Kondrup J., Clin. Nutrition, 2003; 22(3) 321-336