Valor da prevenção primária e primordial para as doenças Cardiovasculares

Valor da prevenção primária e primordial para as doenças Cardiovasculares

Rodrigo Oliveira
Nutricionista – IMeN 


Trata-se de uma política adotada pela American Heart Association (AHA) para aumentar o número de prevenções de doenças cardiovasculares. Inicialmente, esta “policy statement” destaca o valor científico dos achados clínicos nos últimos anos quando se trata de DCV e suas possíveis consequências, como derrames infartos agudos e até mesmo morte súbita. Durante o texto é destacado como o processo de desenvolvimento dessas doenças começa no período da adolescência e pode se desenvolver na vida adulta. Para compreender o raciocínio aplicado, foi levantada a importância que o ciclo da vida tem dentro de uma proposta de prevenção, ou seja, o desenvolvimento fetal, a infância, a adolescência, a fase adulta e o envelhecimento, onde cada comportamento pode influenciar outro, como uma espécie de impacto ao longo da vida, por exemplo, a retirada do uso de tabaco por uma mãe gestante poderia não somente evitar problemas de infecções auditivas, risco de morte súbita e os outros problemas respiratórios no feto, como poderia também melhorar a saúde e a qualidade de vida dessa gestante, então uma ação preventiva deveria ser proposta nesse caso.

A obesidade e a diabetes tem afetado cada vez mais a população jovem, por isso tendências comportamentais tem servido também como uma espécie de parâmetro para uma proposta de prevenção primária, e para reforçar esta proposta, a AHA mostra um glossário com variados tipos de análises econômicas como custo-efetividade, custo diretos e indiretos e em seguida os aplica a fim de se avaliar o quanto seria de fato gasto com essas manobras de prevenção primária as DCV.

Levando-se em consideração todos os estudos que apontam a importância de práticas de cunho preventivo, foi levantado um tipo de quadro que aponta uma visão do futuro a partir do que é exposto atualmente através de estudos, sendo que o início desse quadro mostra que condições sociais e ambientais favoráveis à saúde do indivíduo, são um ponto inicial para que haja conscientização, conseqüente a uma redução expressiva da população de risco, logo, haveriam poucos eventos relacionados as DAC, funcionalidade total das capacidades motoras e cognitivas da população e por fim uma boa qualidade de vida. Entretanto, esses dados são contrastados com o presente, onde vemos que tudo ocorre de forma inversa. São levantadas também, abordagens de intervenção, políticas, ambientais e nos sistemas. Tornar uma escolha mais saudável ou até mesmo deixá-la mais óbvia levaria a criação de locais com alimentação mais saudável e a uma mudança comportamental. Nos sistemas, a promoção da saúde levaria a um maior controle na detecção e no risco de doenças entre outras estratégias.

Para 2020 foram propostas metas para uma população mais saudável, ou seja, foram elaboradas metas para o aumento do cuidado com a saúde cardiovascular, redução de doenças coronarianas e AVC e a eliminação das desigualdades existentes. Com essas intervenções aplicadas, um resultado favorável aconteceria com a detecção, redução e prevenção de riscos e de doenças cardiovasculares. Nutricionalmente falando, nos EUA foi definido para o período de 2010-2013 que os padrões alimentares em escolas que servem tanto lanches como refeições deveriam ser melhor desenvolvidos e alterados, assim como políticas de promoção da saúde deveriam ser implantadas. Foi sugerida também, uma melhor rotulação na hora de identificar os alimentos, para que não ocorram confusões e sim um aumento no conhecimento da população principalmente a respeito de calorias, sódio, gorduras saturadas, trans e açúcares adicionados, assim como a mudança de propagandas alimentícias voltadas ao público infantil entre outras estratégias que também tentam inserir a prática de atividade física.

Como resultado final após uma série de levantamentos estatísticos a respeito do assunto, do que seria viável avaliando o custo-eficácia em práticas preventivas é que elas tendem a ser frequentemente mais econômicas que os benchmarks (padrões pelos quais algo pode ser medido ou avaliado) atuais e que o alto custo médico e os custos indiretos que a DCV gera, são de aproximadamente $450 bilhões por ano e projeta-se que até o ano de 2030, esse valor será maior que 30 trilhões por ano, fazendo com que este se torne um problema crítico para a sociedade. Logo, é possível afirmar que a prevenção da DCV será de grande valor para o desenvolvimento da saúde do indivíduo e de uma sociedade mais produtiva.

Referência: WEINTRAUB, S.W.;DANIELS, S.R.; BURKE, L.E. Value of Primordial and Primary Prevention for Cardiovascular Disease A Policy Statement From the American Heart Association, Circulation. 2011;124:00-00.

Disponível em:

http://circ.ahajournals.org/content/early/2011/07/25/CIR.0b013e3182285a81